14 de out. de 2008

O Repórter do Século

No mês passado, a Unisinos trouxe José Hamilton Ribeiro para conversar com os alunos de Comunicação. Aqueles que tiveram a oportunidade de assistir à palestra hão de concordar que foi excepcional. Apesar do evidente cansaço e do efeito que os anos têm sobre um homem, a lucidez e a presença de espírito de Zé Hamilton são admiráveis. Ganhador não de um, não de dois, não de três, mas de sete Prêmios ESSO de reportagem, ele deu uma aula e uma injeção de ânimo aos futuros jornalistas que lhe ouviam.

Aproveitando que estamos exercitando nosso espírito de repórteres, tentando aguçar nosso faro jornalístico, gostaria de dividir duas ou três idéias extraídas da referida explanação. Quem viu pode relembrar. Quem não esteve lá, pode "sentir o gostinho" do que foi a fala de um dos grandes repórteres brasileiros (modesta opinião desta que vos escreve). Que isso nos sirva de modelo e inspiração enquanto damos corpo a mais um ENFOQUE.

Zé Hamilton apontou algumas fórmulas do profissional e da reportagem ideais:

- J= (V+F) + (E+I)
Traduzindo: um bom jornalista é uma mistura de vocação e formação + energia e idealismo;

- GR= (BC+BF) + (TxT)n -> esse "n" é pra ser na potência n.
Traduzindo: uma grande reportagem tem um bom começo e um bom final, que são resultado do talento e do trabalho necessários;


Ele também contou experiências como a em que cobriu a Guerra do Vietnã (pra quem se interessar, vale a pena ler "O Gosto da Guerra"), quando perdeu uma perna ao ser atingido por um mina. Atualmente, ele trabalha no Globo Rural e diz que algumas pessoas lhe perguntam o que um profissional como ele faz trabalhando num programa sobre verduras e vaquinhas. Ele se diverte, mas responde, de maneira séria, que hoje esse é um dos poucos espaços em que se pode fazer reportagem em profundidade e de qualidade na TV aberta.

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