30 de set. de 2009

A difícil luta contra as chuvas

Matéria do Jornal VS desta quarta feira, dia 30.


Na Brás, famílias ainda não puderam voltar

Pelo menos quatro das 20 famílias desabrigadas na Vila Brás, em função da cheia provocada pelo Arroio Gauchinho, estão desde domingo na Associação de Moradores da Vila Brás. Ontem eles verificaram a situação e constataram que ainda não é possível voltar. “A água ainda está dentro de casa’’, disse o servente João de Almeida, 22 anos, ao lado da esposa Elisandra de Oliveira. O casal salvou apenas um colchão e alguns cobertores. “Perdemos tudo, não deu tempo de tirar as coisas de casa. A água logo atingiu a altura da cintura’’, contou Elisandra.


Esta foi a segunda vez neste ano em que o açougueiro Josmar Dorneles Duarte, 38, precisou sair de casa junto com a esposa e um filho de 1 ano, por causa da cheia. “Consegui salvar as coisas’’, comentou. Ele e sua família também estão na Associação de Moradores. “Já não tem mais leite para as crianças’’, disse Elisandra. As famílias receberam uma cesta básica da Defesa Civil e estão dividindo as despesas com alimentação.


Como já havia escrito anteriormente aqui no blog, fico a imaginar como devem estar estas pessoas atingidas pelas chuvas dos últimos dias. São moradores que já sofrem com o baixo poder financeiro, e muitos, às vezes, batalham anos e anos para poder dar o mínimo de conforto para sua família viver, e, em minutos, perdem tudo.

Também tenho acompanhado a situação de Santa Catarina, em especial Araranguá, uma das cidades mais atingidas em nosso estado vizinho. O perigo maior é em relação ao rio que leva o mesmo nome da cidade, e, assim como na Vila Brás, os moradores ribeirinhos são de uma classe mais desfavorecida.


Vejo esta parte ribeirinha de Araranguá como uma Brás mais evoluída. São estradas de chão, e algumas ruas estreitas, mas as residências são melhores construídas, sendo em sua maioria casas de alvenaria. Posso até dizer que temos sorte de não ter temporais tão fortes como os que ocorrem em Santa Catarina, pois aí sim o estrago seria muito pior.


Para finalizar, penso que há sim um descaso por parte da prefeitura com estes moradores. Como presenciamos na primeira visita, o cheiro no local é horrível, existem obras não terminadas, como ruas e casas populares, fazendo com que o local pareça ter sido totalmente esquecido, principalmente na Brás III.


Agora, com a mudança de moradores da Vila dos Tocos para a Brás III, em função das obras do Trensurb, espero que algumas melhorias possam ser feitas na região, para que estas pessoas que venham residir na Brás não sejam também esquecidas pelo poder público.


Espero na próxima visita não presenciar uma situação tão ruim, principalmente com todos moradores podendo estar em suas residências, e, como na primeira vez, um belo dia de sol.

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