6 de nov. de 2009

Quando a outra pauta é mais pauta

Fui para a Vila Brás com o intuito de encontrar uma garota que tivesse o sonho de virar modelo. Na escola, conversei com a diretora e expus a intenção da pauta. Reticente, ela me indicou Fabíola, de 13 anos, menina bonita mas pouquíssimo afeita a entrevistas. Conversei, tirei fotos e, no último minuto de diálogo, obtive aquela fagulha que aguça a criatividade e indica um rumo inesperado para o acontecimento.

A fagulha era um pastor que realizava empreendimentos milagrosos na praça. Logo, mobilizei todo mundo que encontrei pelo caminho - duas faxineiras, uma secretária e o segurança. Todos conheciam o pastor. Segundo o que me contaram, o homem realizava curas até pelo telefone, quando estava ocupado demais para chegar até o local onde o enfermo repousava.

Em 15 minutos - palmas para os funcionários da escola -, eu tinha um número de telefone. Liguei e marquei de encontrá-lo em frente ao João Goulart. Assim que desliguei o celular, recebi ligação da minha chefe: "Gustavo, pode vir pra cá? Tá uma loucura aqui na redação". Combinei de ir em meia hora.

O pastou não apareceu. Nem em dez minutos, nem em 20. Estava dirigindo até quando teve de curar alguém pelo caminho. No fim, tive de sair correndo. Para garantir que o contato não fosse perdido, dei o número do pastor para a Cler, cuja pauta inicial havia ruído em algum momento.

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