2 de abr. de 2009

"Jornalismo Popular" ou medo de tentar?

Após participar do trabalho de produção do Enfoque e ler alguns textos que serão publicados e edições anteriores, me sinto na obrigação de fazer alguns questionamento em cima do debate existente no Blog sobre o “jornalismo popular”, a partir do post do nosso colega Eduardo Trindade.

Por quais motivos estamos criando textos nesse formato? Utilizando uma linguagem mais simples e coloquial.

O jornal Enfoque Vila Brás não é comercial, então não existem razões mercadológicas. E se existisse, então estamos escrevendo para uma parte da população? Estamos escrevendo focalizando alguma classe social específica?

Estamos trabalhando na produção de um jornal considerado de estilo “popular” com a intenção de atingir leitores de baixa renda? Isso, acreditando que um jornal popular é destinado aos leitores de pouco poder aquisitivo ou ensino incompleto.

Qual os limites territoriais de circulação do jornal? Se os locais de circulação do jornal é apenas a Vila Brás e arredores, então, estaremos nós classificando esse local como de moradores de baixa renda e/ou ensino desqualificado?

Quantos rótulos e classificações estamos dando aos moradores da Vila Brás?

Será que estamos sendo “populistas” ou “discriminatórios” (com preconceitos) ao escrever os textos?

Porque não tentar escrever algo mais elaborado?

Será que os mesmo leitores do Enfoque Vila Brás não tem condições de ler algo mais elaborado?

O que temos a perder?

Não tenho nada contra um jornal popular. Cada estilo jornalístico tem seu público.

Mas será que NÓS, como alunos e produtores, em um momento que temos o direito de errar e re-começar, estamos no caminho certo na escolha do tipo de jornal que estamos produzindo?

Não pretendo fazer uma revolução no Enfoque Vila Brás, apenas trouxe questionamentos que ainda não encontrei as respostas.

2 comentários:

Demétrio de Azeredo Soster disse...

Gilberto, você ainda não encontrou respostas aos seus questionamentos porque não freqüentou a disciplina desde o início, quando discutimos a origem da proposta, o motivo de sua delimitação territorial, a relação do Enfoque com a comunidade da Brás, a linguagem utilizada (que exige, diferentemente do que você sugere, muita habilidade técnica; portanto elaboração) etc. Já no sábado, quando também entregaremos a próxima edição do jornal, você terá uma nova oportunidade de compreender o que o Enfoque significa aos moradores da Brás.

Daia :) disse...

Não acho que seja uma questão de ter estado ou não presente na primeira aula. A verdade é que alguns alunos, e eu me incluo nesse grupo, não estão "satisfeitos" com os resultados obtidos ou, até mesmo, com a proposta do Enfoque. Realmente Gilberto, acho que uma revoluação não tem como, mas acho sim que devemos expressar a nossa opinião e questionar se é esse mesmo o tipo de jornalismo que esperávamos encontrar nesta disciplina. Bem, à noite conversamos. Abs a todos!