1 de set. de 2009

Retecendo o conceito

Estamos muito acostumados a aprender Jornalismo com base nas teorias. E aprendemos, muitas vezes, decorando o que os autores nos dizem. Também somos instigados a sair das redações e ir para a rua, ao encontro das pautas. E não fazemos. Quando se trata de periferia, então, a motivação parece ainda menor. Talvez, por puro preconceito ou, ainda, por acharmos que não iremos encontrar informações que sustentem uma boa matéria jornalística.

Aos poucos, comecei a desmistificar essas ideias que, confesso, também já tive. E passei a pensar diferente, com relação ao jornalismo que foge de perguntas habituais como o quê, quem, quando, onde, como e por quê. Quando fomos à Vila Brás, no último sábado, tive a certeza de que as grandes histórias podem estar no meio de pessoas simples, que não têm medo de se mostrar, nem de abrir a porta de casa para falar um pouco de si.

Ahhh, como foi bom sentar no meio-fio da calçada para fazer algo que aquelas teorias não me ensinaram e nem vão me ensinar: a ouvir. Mesmo que tenha escutado coisas que talvez não gostasse, como a falta de segurança e de perspectiva de crianças, saí da Vila Brás satisfeita e disposta a retornar. O melhor de tudo foi ter aprendido a lição de que as verdadeiras histórias que movem o jornalismo são protagonizadas por pessoas que não têm voz e, muitas vezes, nem vez.

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