2 de out. de 2009

A MORTE

Muitos dizem não saber ao certo o que acontece depois que ela chama, e muito menos o melhor horário para acompanhá-la. Mas há quem esteja acostumado com o assunto. Há quem passe parte do seu dia dedicando-se há um lugar que recebe os mortos: A CAPELA MORTUÁRIA.
Produzi uma matéria sobre a história da Capela Mortuária da Vila Brás, que levou o nome de Aírton Timóteo Xexéu, após um trágico acontecimento que abalou a comunidade na época.
Utilizei como fonte, Evaldir Ramires de Azevedo, 60 anos, que mora a 30 anos na Vila Brás e hoje é o responsável pela chave da Capela. Quando necessário, é ele que abre e fecha o local. Naquele momento muitas questões vieram à minha mente, como o que se passa na cabeça de uma pessoa que trabalha com algo tão temido pelos humanos? Quais conseqüências profissões como esta pode trazer para a psique?
Azevedo, ao ceder à entrevista, não pareceu muito preocupado em ter essas respostas, e falava com emoção enquanto recordava momentos emblemáticos que viveu com o amigo Xexéu.
Muitas pessoas têm pavor só de ouvir falar em cemitério, casas mortuárias, enterros, velórios, ou essas coisas. Mas o fato é que muita gente passa a maior parte da sua vida se dedicando a esses lugares e momentos.
Lembro que uma vez entrevistei um coveiro aposentado para a cadeira de TV. Ele contou que, quando criança, ficava boa parte do dia brincando em cima de um túmulo cercado. Já que seu pai era coveiro.
Era uma das poucas crianças a não ter medo do cemitério. Certa vez, se deparou com uma cigana que cantarolava entre os túmulos. Seus cabelos eram longos e suas roupas coloridas. Ela se aproximou e disse para o garoto: “Sua vida não será simples”. Em seguida, desapareceria.
No fim das contas, as palavras da cigana se confirmariam: Ele teve quatro filhos adotivos e três biológicos, sendo que quatro deles já morreram. Suas duas esposas também faleceram e foram enterradas por ele mesmo.
Contei isso para exemplificar como a morte assusta. Por mais que algumas pessoas neguem. Acredito que, para nós, nem toda morte nos diz respeito, só se torna real quando acontece conosco, em nossas vidas, e o que mais assusta é que ela aparece sem pedir licença, irrompendo a vida da gente; mas a morte, que não queremos admitir, já estava presente e nos acompanha continuamente.
Por fim, muitas pessoas agradecem a Evaldir Ramires de Azevedo por seus muitos anos de dedicação e respeito ao sorriso e a lágrima de cada um. Quando indagado sobre o medo de superstições ele finaliza: “Não tenho medo de mortos. Tenho medo de ver alguém que eu amo em um caixão.”
A matéria sobre a Capela Mortuária da Vila Brás, poderá ser conferida na integra na nova edição do jornal Enfoque Vila Brás.

1 comentários:

sonia disse...

Hola estou procurando uma pessoa q conheci quando era adolesente foi um amigo muito querido q fez parte de minha vida. inciei uma pequisa com o nome dele e apareseu ai na vila Brás. ñ sei se é a mesma pessoa. O nome do meu amigo era Evaldir Ramires de Azevedo. meu nome é Sonia e apesar de todos estes anos eu ainda guardo comigo as poezia q ele fez pra mim.seriaum momento de muita felicida se for ele. Vou deixar meu e-mail para uma respota, "ciganinha.bistek@hotmail.com" desde ja muito abrigada SONIA