6 de nov. de 2009

O estúdio que ainda não tem uma moça...



Doralício Maciel é dono do único estúdio fotográfico da Vila Braz. Empreendedor, possui, em sua pequena sala na principal avenida do bairro, cenários, luzes, filmes, máquinas e até impressora digital. Está há mais de 20 anos na profissão. Porém, falta-lhe algo: uma moça. Além disso, ela tem que entender de fotos.

“Os homens são muito descuidados. Eu quero uma moça pra me ajudar com a organização do estúdio e que saiba trabalhar com fotografia”, conta Doralício, 55 anos, enquanto atende mais uma pessoa em busca de uma 3X4 para o novo emprego.


Chegando à porta do estabelecimento, a primeira coisa que chama a atenção dos potenciais clientes é uma grande placa com a oferta de emprego. Indo até o balcão, não percebe-se nenhuma desorganização aparente. O problema fica evidente quando o fotógrafo precisa se refugiar nos fundos da loja, onde fica o estúdio. Zeloso, some e só reaparece quando acha que concluiu de maneira satisfatória o registro de mais um sorriso. Enquanto isso, novos modelos se acumulam na recepção vazia.

Enquanto não consegue sua moça, Doralício segue se desdobrando para dar conta de tudo. Quanto a isso, a tecnologia está ao lado de nosso empresário. Muitas pessoas que estavam acostumadas a esperar horas, e até mesmo dias, se surpreendem ao sair do local já com seus registros em mãos. Isso é possível devido a um grande investimento feito pelo empresário. Uma impressora colorida que passa para o papel fotográfico a imagem capturada pela câmera instantaneamente. “Trabalhei muitos anos com filme, mas os tempos são outros”, revela instantaneamente o fotógrafo.


Assim, o senhor das fotos segue com seu trabalho tendo muitas histórias para contar. Às vezes, entre um conto e outro, tem que parar para atender um cliente pois, enquanto não contratar a sua moça, sua atenção permanecerá dividida entre o agradável diálogo com os passantes e seu ofício, que não pode esperar.

Fotos de Katterina Zandonai

1 comentários:

Mateus Ferraz disse...

demétrio, aí está.

por livre e espancada pressão.