Por
Fernando Zanuzo
Leandro Molina
Maria Evana
Saúde
Moradores da Vila reclamam da dificuldade no atendimento no Posto de Saúde na Familiar da Brás. Segundo eles, os problemas vão desde a falta de horários de consulta até a falta de médicos. Isso faz com que algumas pessoas tenham de procurar outros locais para atendimento. É o caso de Daiana Fernandes. “A gente sempre vai à Scharlau; lá, tem mais opções de horários”.
Já Eliana dos Anjos de 19, afirma que, na hora de fazer o pré-natal, preferiu ir para outro bairro, “É difícil, é preciso ir de madrugada ficar na fila para tentar um atendimento, é muito perigoso e frio”, reclama ela. Problema semelhante vive Mariângela Machado, modelista. Ela confessa que há muito tempo não usa os serviços do posto. “É complicado, pois a Scharlau é longe; a gente tem que pagar passagem. Acho que a Brás precisa é de um posto 24 horas”, acrescentou.
O Enfoque procurou Isac Gomes de Oliveira, diretor-administrativo do PSF. Segundo ele, a saúde é prevenção, por isso serviço do local não é de urgência ou emergência, daí muitos casos são encaminhados para outros lugares. O atendimento é feito com agendamento antecipado e no Programa de Saúde Familiar nas residências. O diretor afirma que o Programa de Saúde Familiar, já cadastrou 9 mil famílias que moram na vila. Duas equipes se revezam cadastrando moradores e verificando a saúde deles.
A enfermeira Rosani Mello, por sua vez, afirma que o atendimento do PSF faz o monitoramento de 200 pessoas, que sofrem de doenças crônicas como hipertensão e diabetes. “Há um roteiro de atividades, atendimentos e medicação, que funciona muito bem”.
Vila não tem atendimento de urgência
Logo após termos saído do PSF, encontramos na rua a jovem Morgani Souza Almeida, de 28 anos. Ela e o marido sofreram um acidente de moto dois dias antes de a encontrarmos. Foram atendidos pelo SAMU e liberados. Quando conversamos com Morgani, ela tinha acabado de sair da Unidade de Saúde, mas sem consultar. A moça reclamou que na vila não há atendimento de emergência. Como não foi atendida, não conseguiu um encaminhamento para ir ao hospital Centenário. Indignada com a situação ela decidiu ir até o município de Campo Bom, no Vale dos Sinos, procurar um médico.
Saneamento Básico
Amauri Cabral da Silva, 32 anos, é servente de pedreiro. Conhecido como Pernambuco, o rapaz vive um drama com a família. O pátio da casa, que não tem luz e água, foi invadido pelo esgoto dos vizinhos. Eles moram na área invadida da Brás. O local não tem nenhum tipo de saneamento. Pernambuco contou que nunca recebeu ajuda de ninguém para resolver o problema e lamenta ver os filhos não terem um lugar para brincar no pátio.
Educação Infantil
Apenas 3 creches atendem uma população estimada em 10.000 moradores que hoje vivem na vila Brás. Duas delas são particulares e recebem diariamente 50 crianças cada uma. A terceira é da prefeitura e atende 141. Margarete Schwertner é proprietária da creche Cantinho do Céu, na rua das Gardênias. Ela relata que todos os dias é procurada por mães que buscam vagas para os filhos. Contou que há fila de espera, mas não tem estrutura para aumentar o atendimento. Margarete diz que a situação preocupa, já que o ensino para crianças com até 6 anos é fundamental para a formação.
25 de nov. de 2008
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