25 de nov. de 2008

Problemas da comunidade

Por
Fernando Zanuzo
Leandro Molina
Maria Evana

Saúde

Moradores da Vila reclamam da dificuldade no atendimento no Posto de Saúde na Familiar da Brás. Segundo eles, os problemas vão desde a falta de horários de consulta até a falta de médicos. Isso faz com que algumas pessoas tenham de procurar outros locais para atendimento. É o caso de Daiana Fernandes. “A gente sempre vai à Scharlau; lá, tem mais opções de horários”.
Já Eliana dos Anjos de 19, afirma que, na hora de fazer o pré-natal, preferiu ir para outro bairro, “É difícil, é preciso ir de madrugada ficar na fila para tentar um atendimento, é muito perigoso e frio”, reclama ela. Problema semelhante vive Mariângela Machado, modelista. Ela confessa que há muito tempo não usa os serviços do posto. “É complicado, pois a Scharlau é longe; a gente tem que pagar passagem. Acho que a Brás precisa é de um posto 24 horas”, acrescentou.

O Enfoque procurou Isac Gomes de Oliveira, diretor-administrativo do PSF. Segundo ele, a saúde é prevenção, por isso serviço do local não é de urgência ou emergência, daí muitos casos são encaminhados para outros lugares. O atendimento é feito com agendamento antecipado e no Programa de Saúde Familiar nas residências. O diretor afirma que o Programa de Saúde Familiar, já cadastrou 9 mil famílias que moram na vila. Duas equipes se revezam cadastrando moradores e verificando a saúde deles.
A enfermeira Rosani Mello, por sua vez, afirma que o atendimento do PSF faz o monitoramento de 200 pessoas, que sofrem de doenças crônicas como hipertensão e diabetes. “Há um roteiro de atividades, atendimentos e medicação, que funciona muito bem”.

Vila não tem atendimento de urgência

Logo após termos saído do PSF, encontramos na rua a jovem Morgani Souza Almeida, de 28 anos. Ela e o marido sofreram um acidente de moto dois dias antes de a encontrarmos. Foram atendidos pelo SAMU e liberados. Quando conversamos com Morgani, ela tinha acabado de sair da Unidade de Saúde, mas sem consultar. A moça reclamou que na vila não há atendimento de emergência. Como não foi atendida, não conseguiu um encaminhamento para ir ao hospital Centenário. Indignada com a situação ela decidiu ir até o município de Campo Bom, no Vale dos Sinos, procurar um médico.

Saneamento Básico

Amauri Cabral da Silva, 32 anos, é servente de pedreiro. Conhecido como Pernambuco, o rapaz vive um drama com a família. O pátio da casa, que não tem luz e água, foi invadido pelo esgoto dos vizinhos. Eles moram na área invadida da Brás. O local não tem nenhum tipo de saneamento. Pernambuco contou que nunca recebeu ajuda de ninguém para resolver o problema e lamenta ver os filhos não terem um lugar para brincar no pátio.

Educação Infantil

Apenas 3 creches atendem uma população estimada em 10.000 moradores que hoje vivem na vila Brás. Duas delas são particulares e recebem diariamente 50 crianças cada uma. A terceira é da prefeitura e atende 141. Margarete Schwertner é proprietária da creche Cantinho do Céu, na rua das Gardênias. Ela relata que todos os dias é procurada por mães que buscam vagas para os filhos. Contou que há fila de espera, mas não tem estrutura para aumentar o atendimento. Margarete diz que a situação preocupa, já que o ensino para crianças com até 6 anos é fundamental para a formação.

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