27 de mar. de 2009

Polêmica X Todos são feitos para o mercado

Ainda lendo o livro Jornalismo Popular e após ler o post Polêmica não faz mal a ninguém, fiquei lembrando do que li no capítulo III do livro. E como a minha idéia aqui no blog é mais publicar trechos do livro do que a minha opinião (pelo menos por enquanto, já que ainda não fui até a Brás), resolvi contra-argumentar com os seguintes trechos:

"Muitas das críticas à imprensa popular utilizam-se do falho argumento de que são jornais 'feitos para o mercado'. É evidente que as empresas jornalísticas produzem jornais para o mercado. Aliás, qualquer jornal é feito para um determinado mercado, seja ele popular ou de elite; alternativo, de oposição ou sindical; vise ao lucro ou não.

O que ocorre é que o público leitor dos jornais de referência tem um nível de escolaridade e de exigência mais alto, o que faz com que esses jornais tenham maior qualidade. Além disso, os jornalistas, pela chance de terem passado por uma universidade e por terem o gosto pela leitura, acabam tendo suas expectativas próximas do público formador de opinião dos jornais de qualidade.

Além do mais, é muito comum acusar os jornais populares de se preocuparem com o 'mercado', pois é mais fácil dizer que um jornal popular faz matérias melodramáticas para vender do que dizer que um jornal de referência faz boas reportagens para vender. O interesse mercadológico existe nos dois.

(clique na imagem)

Nos jornais populares, os princípios tradicionais do jornalismo são mais facilmente tencionados porque eles se destinam a um público de menor escolaridade e são mais vulneráveis ao mercado publicitário, pois não contam com assinaturas. Assim, a imprensa popular busca satisfazer os leitores a qualquer custo, pois são bastante volúveis em função do baixo poder aquisitivo e precisam ser conquistados cotidianamente. Os produtos jornalísticos populares precisam mostrar uma conexão com seu público, pois são mais dependentes de um mercado que muda facilmente. É muito mais difícil vender jornal para quem tem baixo poder aquisitivo e pouco hábito de leitura.

(...) Determinados jornais adotam uma estratégia de mercado voltada a um segmento mais habituado à leitura e interessado em 'ler o que ocorre no mundo', e outros, dirigidos às camadas mais amplas da população, preferem informações mais ligadas ao cotidiano popular, à prestação de serviços e ao entretenimento, ou seja, ao 'mundo do leitor'."

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